Algumas características - I - Oficina REAA

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1804 - Algumas características - I
      








Os rituais de 1804 tem características próprias de um rito simples, objetivo, com semelhança a outros ritos/rituais da época de sua elaboração.


Esta simplicidade representa muitas coisas, entre elas de que o rito e os rituais eram meios e não fim, como hoje, infelizmente temos presenciado.


O tempo dispensado à ritualística era o mínimo necessário, pois a essência da Maçonaria estava no conteúdo dos trabalhos desenvolvidos pelos obreiros.


Esta simplicidade não estava apenas nos textos dos rituais, mas, também, na arquitetura do Templo.


Graças as incontáveis alterações que foram indevidamente enxertadas, tanto em rituais, quanto ao Templo, criaram-se dificuldade interpretativas de ambos.


Vamos a um exemplo. A abóboda celeste.
“Estarão representados na abóbada o Sol e a Lua, as constelações de Orion, Híadas, Plêiades e Ursa Maior, os planetas Mercúrio, Vênus, Júpiter e Saturno e as cinco estrelas: Arcturus (da constelação Bootes), Spica (da constelação Virgem), Aldebaran (da constelação Taurus), Régulus (da constelação Leão) e Fomalhaut (da constelação Piscis Austrinus), além da estrela Antares (na constelação de Scorpius).”

Muitos já devem ter ouvido falar do problema do teto do REAA atual. Existe uma definição clara (pelo menos nas Grandes Lojas) das estrelas que compõem o céu. Alguns irmãos confeccionam polpudos trabalhos para justificar estas estrelas, planetas, constelações que lá estão. Outros polemizam tendo em vista a posição dos Templos - no hemisfério norte ou sul, o que incompatibiliza esta configuração em sua proposta de universalidade. Qual a solução para resolver este embate ?  Simples. Respeitar a origem do rito. Não havia estrelas específicas no teto do REAA de 1804. Era o céu. Ponto final. Tanto faz o país ou o hemisfério onde encontra-se o Templo. Isto deixa claro e de forma simples qualquer lógica e instrução.


Vale lembrar, e acima foi especificado, que estamos falando do REAA “moderno”.  Outros ritos não tem esta preocupação, que desperdiça tempo e esforço, não obstante alguns irmãos entenderem que esta inserção de símbolos torna o rito com uma riquíssima simbologia, oferecendo oportunidade para incontáveis interpretações e profundos estudos, além, é claro, de produzir um misticismo que poucos tem capacidade de acessar/entender.

Por fim, ao olharmos os painéis dos ritos em geral, temos apenas o Sol e a Lua.


Nelson André Hofer de Carvalho

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